terça-feira, junho 19, 2007

momentos nada mais.....




Naqueles momentos fecho a mão mordo o lábio e revolto me... mas quando lembro me de gestos de frases, de sensações a revolta dá lugar ao sorriso, por vezes de ironia, outras vezes de saudade
e são mais os sentimenos que nao consigo explicar nem designar... e quando dou por mim sinto me pequeno para tantos sentimentos gostava de os dominar mas nao consigo......acho que bastava os compreender..... e no meio disto tudo a pulsação já vai elevada sinto me mais vivo...... mesmo tendo perdendo uma parte de mim.... gostava de saber se essa parte ficou guardada noutro alguem..... talvez nunca venha a saber.....bem e quando tiver mais um momento destes.....vou....sonhar...chorar....rir.....e pensar...tao perto....

Quem me leva os meus fantasmas

Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
Eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acesos.
Marinheiros perdidos em portos distantes,
Em bares escondidos,
Em sonhos gigantes.
E a cidade vazia,
Da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto.

Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam,
Em que homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro.
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.

Quem leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?

Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Pedro Abrunhosa